30/01/2025

Starman Edição de Luxo, vol. 1


Por um breve e marcante momento, na já bem distante década de 90, a DC Comics deu sucessivos “choques de realidade” no seu panteão: entre os eventos de maior impacto, Superman foi morto, Batman foi aleijado, Mulher-Maravilha foi destituída de seu título, Arqueiro Verde morreu em uma explosão, e o Lanterna Verde Hal Jordan perdeu a cidade e o juízo, tornando-se um vilão. 

Parecia um tempo muito sombrio, mas era justamente o contrário: dando a impressão de que o tempo finalmente alcançou seus maiores nomes, a DC investiu num pesado movimento de legado, apresentando aos leitores uma forte onda de jovens substitutos, por parentesco ou afinidade: o Superboy havaiano, Jean-Paul Valley como Batman, Ártemis como a Mulher-Maravilha titular, o surgimento de Connor Hawke e Kyle Rayner, e muitos outros. Nem tudo era tão legal assim e, como esperado, tudo depois voltou a ser mais ou menos como sempre foi, – mas, sejamos honestos, foi bonito de acompanhar.

Um dos quadrinhos a melhor retratar uma “passagem de manto” foi Starman, escrito por James Robinson e desenhado por Tony Harris, primeiro publicado no Brasil entre 1997 e 1998, pela Magnum. Teve quatro números, depois reunidos num “encalhernado” de 1999, com as edições 0 a 3. Depois, em 1999, a Tudo em Quadrinhos publicou outros quatro números, com duas histórias por edição, cobrindo as edições 4 a 11. Enquanto isso, os leitores da Editora Abril queimavam a mufa, tentando entender por que um quadrinho tão elogiado não saía pela casa “mais oficial” da DC no Brasil, à época.

Seria quase uma década de “escuridão” até que a Panini (licenciada da DC desde o fim de 2002) decidisse republicar Starman, em 2008, numa edição em capa dura que, infelizmente, seria filha única: junto com a solitária primeira edição da republicação da Liga da Justiça por Grant Morrison, a desistência de Starman virou um desses enigmas que a Panini nunca fez questão de esclarecer. Felizmente, em 2022, lançou uma nova coleção, em seis edição de luxo que, ao longo dos dois anos seguintes, completaram a saga de Starman no Brasil.

Ao fim de Zero Hora (1994), privados da energia que os mantinha artificialmente jovens, a Sociedade da Justiça (com exceção de Alan Scott) torna-se o bando de vovôs que deveriam ser. Sentindo as limitações naturais da idade de uma forma nada gradual, Ted Knight, o Starman, decide afastar-se do cajado cósmico que lhe dá poder, colocando seu filho mais velho, David, em seu lugar como protetor de Opal City. Digamos que, logo de saída, as coisas não dão tão certo assim, e seu filho mais novo, Jack, se vê forçado pelos acontecimentos a assumir o heroico legado, do qual preferia manter distância.

Muito diferente de David – o filho “preferido”, atlético e ansioso por suceder o pai – Jack é um sujeito mais arredio, dado a disfarçar suas carências com um humor, por vezes, questionável. A vida com Ted e, especialmente, com David, é entre algumas patadas e muita gozação passivo-agressiva com o que ele considera vergonha alheia: a afinidade (que muito inveja) entre Ted e David, o espalhafatoso uniforme vermelho e verde com barbatana no elmo, e o trabalho de super-herói em si. Jack prefere gastar seu tempo procurando relíquias raras pro seu antiquário.

Quando o legado de seu pai cai em seu colo, porém, seu tão querido negócio é uma das primeiras baixas, mas ele não tem tempo de lamentar: está em marcha um plano de vingança de um antigo inimigo de Ted Knight, o Névoa. Como o próprio Starman sênior, o vilão está idoso e, aparentemente, padecendo de Alzheimer. Com o pouco de vida e sanidade que lhe restam, está colocando seus filhos nos negócios da família. Como Jack, sua filha Nash é relutante em assumir a luta do pai, mas, também de forma semelhante, os acontecimentos a levam a não apenas aceitar, como abraçar e descobrir-se dentro desse legado.

Já houve outros heróis chamados Starman, fora da família Knight. Um deles é visto neste primeiro volume: o alienígena de pele azul Mikaal Thomas, que estrelou um título na segunda metade dos anos 70. O primeiro que conheci foi na revista DC 2000, da Editora Abril, em 1990: Will Payton, com poderes que nada tinham a ver com o cajado cósmico de Ted Knight. A bem da verdade, nenhum deles era um pilar de carisma super-heroico. Ted Knight ganhava mais por estar com a Sociedade da Justiça do que ela por tê-lo no elenco. Antes que James Robinson se interessasse por ele, era um bucha inimigo da moda. Jack Knight was right. Por isso é que ele prefere jaqueta preta, óculos antiofuscantes, estrelinha de xerife de cereal e um cajado reestilizado. Não chega a ser bem um uniforme, mas, haja estilo.

A linhagem Starman

Colocando muito de si em Jack Knight (o gosto por antiguidades, por exemplo), Robinson criou um personagem que, provavelmente, serviu de terapia de expiação – e histórias muito pessoais sobre essas coisas que unem basicamente todos os seres humanos (família, herança, dever) acabam facilitando a identificação com o leitor. Logo após um primeiro arco que é apenas simpático, acontece, na edição 5, o primeiro grande momento da série: uma conversa entre Jack e David num cemitério. É quando certas memórias falsas e/ou bloqueadas de Jack começam a ruir. Essa me pegou de jeito, sendo eu um sujeito que perdeu um irmão (então com 19 anos) e sonhou diversas vezes com ele “voltando” dos mortos. Não há como dizer com certeza, porém, se Jack está sonhando ou vivendo aquilo – e, honestamente, é uma certeza que não faz a menor falta. Brilhante, nada menos.

Igualmente brilhante é a construção do Sombra, um tipo oscilando entre vilão reformado e profeta do caos: ele passa a ajudar e proteger a família Knight, dizendo que eles devem preparar-se para uma grande provação. Nos diários de sua longa vida (Sombra é um imortal com, no mínimo, uns 200 anos de idade), ele espera que Jack encontre pistas que o preparem. O primeiro desses contos é um encontro com o escritor Oscar Wilde, em 1882. Com seus modos sofisticados e seu poder terrível, a dualidade do Sombra é um tremendo trunfo da série.

Se na capa deste volume é possível reconhecer o Tony Harris de, por exemplo, Ex Machina (2004), na arte de interna de Starman, a arte-final de Wade Von Grawbadger deixa seu traço parecido com o de Brian Stelfreeze, mas onde Harris brilha pra valer é na construção da identidade visual de Opal City, com seu ar de futurismo retrô. Entre os artistas convidados, estão Stuart Immonen, Chris Sprouse e Matt Smith.

Em textos introdutórios e posfácios, James Robinson rodopia entre temas diversos, aproveitando para contar sua jornada como escritor de quadrinhos até aquele momento e desculpar-se pelas muitas vezes em que foi um babaca acidental ou intencional com gente do ramo, como Dave McKean. Ele perde o fio da meada e emenda um assunto atrás do outro, para só lá na frente concluir um pensamento inicial. Parece confuso, mas é leitura bem prazerosa, pelo tom confessional de quem aprendeu a não se levar tão a sério.

São muitos (seis) e caros (preço cheio acima de 200 reais, busque ofertas!) volumes, mas, nas palavras de quem já leu todos e gravou belos e altamente recomendados episódios de podcast sobre a coleção – meu amigo Luwig, de Os Escapistas, e seus convidados – Starman Edição de Luxo é o quadrinho de heróis definitivo, aquele que atinge um patamar que talvez te faça querer largar de vez os homens e mulheres de colante colorido. Se isto será uma bênção ou maldição, cabe a você decidir. A resposta está em meio às estrelas. Do meu lado, mal posso esperar para começar a folhear o segundo livro.

14/01/2025

Jovem Sheldon


Dizer que The Big Bang Theory não era uma série para todo mundo é um baita eufemismo. Ela desafiava o espectador de diversas maneiras. Fazia um humor que exigia bagagem cultural mais que razoável, que deveria abranger conhecimento sobre televisão, quadrinhos, cinema e diversas vertentes científicas. Do contrário, várias piadas acabariam perdidas pelo caminho. Além disso, seu protagonista, Sheldon Cooper, era um chato de galochas assumido, orgulhoso de sua inabilidade social e manias irritantes, compensadas com ferina sagacidade e bom coração.

Suas virtudes deram origem a um culto de fãs apaixonados, com gente indo ao extremo de levar suas vidas como se fossem Sheldon e seu grupo de amigos peculiares (espero que tenham sido apresentadas ao sexo e à bebida e deixado de patacoada). Eu ainda fui forte o suficiente para assistir a umas sete temporadas. Parei apenas porque me pareceu mais interessante ver outras coisas, mas ainda gostava de assistir. Ao saber que uma série sobre a infância de Sheldon Cooper estava sendo produzida, porém, eu não contive o bocejo. Quando foi ao ar e alguns amigos começaram a me recomendar que assistisse, eu era taxativo: “eu não tenho o menor interesse numa série sobre o Sheldon criança”.

Pois este é mais um daqueles casos em que fico muito feliz por estar equivocado: Jovem Sheldon vale a pena demais!

A primeira e significativa diferença com relação a Big Bang é que não existe uma claque (uma plateia para rir no estúdio, ou uma mera trilha gravada de risadas), o que nos livra da distração que ela representa, além de nos deixar decidir o que achamos engraçado ou não. Também é menos dependente de humor físico (caretas e correria) e abre mão de adultos agindo feito crianças, para que, em vez disso, tenhamos crianças se comportando como tal – mesmo que a mais importante delas sequer se entenda como uma.

O tom encontrado para o Sheldon criança é simplesmente perfeito. Ele é um geniozinho precoce, sim. Tem aquele ar desligado para as coisas que interessam às ditas pessoas normais. Prefere nunca mentir e usa pouco ou nenhum filtro ao falar a verdade. Nem sempre percebe quando estão tirando sarro dele. Esses traços de sua personalidade eram engraçados em Big Bang porque ficavam meio ridículos em um homem adulto. Como criança, Sheldon ganha a desculpa de que ainda é fofinho e “verde” no trato social, o que nos permite entender melhor o adulto que se tornou. É uma criança especial, em qualquer sentido que se aplique à expressão.

A vida de Sheldon com sua família na pequena Medford, Texas, é o pano-de-fundo para diálogos e situações muito espirituosos e inteligentes sobre religião, ateísmo, ciência, paternidade, adolescência, rivalidade e comparações entre irmãos, tabus e preconceitos. O pequeno gênio só tem a verdade dos livros – que considera pura e inatacável – em seu favor, e é do choque dessas certezas com a dureza e as “áreas cinzas” da realidade que a série tira muito de seu humor. Há espaço para muita emoção e identificação genuína, com a série escapando com elegância das armadilhas do melodrama (e, olha, sutileza nem sempre é um valor associado ao nome de seu criador, Chuck Lorre).

Além da alta qualidade do roteiro, temos este elenco, nunca menos que fabuloso: Iain Armitage (o pequeno Sheldon) é um achado, craque em saber a hora de quebrar a expressão impassível do personagem e deixá-lo quase “normal”, com uns bem colocados “uuuh” e “ah, rapaz!” que denotam sua animação. Sheldon é irritante – e quem me conhece sabe o quanto me irritam crianças precoces – mas é, também, fofo até não poder mais.

Outros personagens de destaque são a espevitada irmã gêmea Missy (Raegan Revord), a descolada “vozinha” Connie (Annie Potts) e a fanática mãe Mary (Zoe Perry). Em maior ou menor grau, toda a família de Sheldon – completa pelos George pai (Lance Barber) e filho (Montana Jordan) – é composta de tipos cheios de camadas interessantes. Entretanto, dá para dizer o mesmo de personagens menos frequentes, como o simpático Dr. Sturgis (Wallace Shawn) e o treinador assistente de George, Wayne Wilkins (Doc Farrow).

Enquanto escrevo, me aproximo da metade da quinta temporada. Sabendo que a sétima e última faz conexões diretas com The Big Bang Theory e conhecendo o destino de alguns personagens, já me preparo para encarar uns episódios bem difíceis. Mesmo assim, não posso deixar de reconhecer: que felicidade foi dar uma chance a Jovem Sheldon! Ver como ele e sua família mudam e melhoram a cada temporada é de aquecer o coração. É dessas obras que deixam a gente se sentindo bem consigo e com o mundo.

08/01/2025

Robô Selvagem

Hoje em dia, já nem faz sentido apontar a preguiça criativa que, já faz uns bons anos, tomou conta de Hollywood. É fenômeno consolidado e, pior ainda, abraçado pelo público: das dez maiores bilheterias do ano passado, impressionantes NOVE eram sequências – a única exceção foi Wicked, que não é uma continuação, mas chegou ao cinema planejado pra logo ganhar uma.

Particularmente, acho esta uma tendência terrível. Por melhor que seja rever bons personagens em novas aventuras, nem todo filme precisa acabar com as pessoas perguntando “quando será que sai o 2?” enquanto deixam o cinema. Às vezes, aquele único filme cumpre o sagrado propósito de divertir. Deveríamos reaprender a deixar que as histórias – mesmo aquelas muito boas – terminem. Nem tudo nessa vida precisa virar franquia.

Entretanto, estou pregando no deserto. Robô Selvagem já tem sua sequência encaminhada. Menos mal que estará a cargo do mesmo Chris Sanders que dirigiu este primeiro. Sanders tem boa mão: na Disney, escreveu as histórias dos principais sucessos da renascença do estúdio nos anos 90, como A Bela e a Fera, Aladdin e O Rei Leão. Estreou como diretor no ótimo Lilo & Stitch (2002). Deixando a Disney pela DreamWorks, esteve à frente de grandes sucessos: Como Treinar Seu Dragão (2010) e Os Croods (2013). Também dirigiu aquele filme do Harrison Ford com um cachorro digital, mas vamos fingir que não.

Robô Selvagem começa numa ilha, quando, durante uma tempestade, alguns animais, sem querer, ligam a robô Rozzum 7134 (voz de Lupita Nyong’o). Sem nenhum humano por perto, ela pergunta a todo animal que encontra quem seria seu novo dono. Sem resposta e sem um propósito na ilha, ela se dedica a aprender a comunicar-se com eles. Durante uma fuga, porém, cai sobre um ninho de gansos selvagens. Um único ovo resta intacto, e Rozzum 7134 se dedicará a protegê-lo, até que o pequeno ser dentro dele venha ao mundo.

Todos já vimos filmes sobre os temas de Robô Selvagem: robôs gente fina, maternidade inesperada e/ou complicada, uma literal “síndrome do patinho feio”, e retorno à natureza como antídoto da modernidade fria e tóxica. A animação de Sanders, porém, sobressai pela beleza de sua animação (com aquela bonita mistura de técnicas vista em O Gato de Botas 2) e pela progressiva naturalidade das emoções de Roz - simplificação que ela adota ao perceber que sua programação original não a ajudaria a seguir “viva” nem a criar seu “bebê”. É tocante como ela muda conforme passa o tempo, enfrentando os maiores medos e desafios de se ter um filho: a disposição para sacrificar tudo, a resignação compreensiva diante da rebeldia gratuita ou ingratidão, e o medo de perder aquele ser tão amado – um cuidado que ela acaba estendendo a todos os animais da ilha, quando enfrentam seu pior momento.

O final de Robô Selvagem é tão redentor e maduro, tão redondinho, que eu só posso mesmo me indignar por saber que vão esticar essa história, perfeitamente encerrada, para extrair cada centavo de dólar que este “universo” (argh!) possa render. No fim, é disso que se trata: nunca é sobre “dar ao povo o que ele quer”. Quase sempre, a única pessoa nos paparica sem querer nada em troca é a nossa mãe. O que a DreamWorks e outros estúdios querem é meter a mão no nosso bolso - mas, quando compensam entregando filmes bonitos assim, até que nem chiamos tanto. Espero estar errado sobre sequências quando Robô Selvagem 2 chegar.

06/01/2025

Gladiador II


Muita coisa conspirava contra a existência de Gladiador II. Primeiro, havia o óbvio ululante de que Gladiador (2000), de Ridley Scott, vencedor do Oscar de Melhor Filme (num tempo em que o termo “franquia” não era carne-de-vaca em Hollywood), contava uma história com começo, meio e fim. Segundo que, quando foi anunciada a produção da sequência, já haviam passado mais de duas décadas desde o original. Terceiro que, apesar da “envergadura moral” de ter sido o diretor do primeiro filme, Ridley Scott vinha de uma série com um filme bom, mas pouco visto (O Último Duelo, 2021), e de outros massacrados sem dó (Casa Gucci, 2021; Napoleão, 2023). Era bem alta a chance de o novo filme ser ruim o suficiente para manchar o legado do antigo.

Para surpresa geral, levando em conta o prospecto muito desfavorável, Gladiador II periga até parecer um filme melhor do que realmente é. Talvez estejamos todos sendo um pouco exigente demais com o velho Ridley, esquecendo que ele já tem 87 anos e absolutamente nada a provar, a esta altura (embora assistindo ao fabuloso Jurado nº 2, que Clint Eastwood dirigiu aos 94, possamos perceber que idade avançada não significa pulso frouxo). Em pouco mais de duas horas, Gladiador II honra seu predecessor, entregando um espetáculo honesto e divertido  - nada mais do que sua obrigação, com o astronômico orçamento de 310 milhões de dólares – mas é só.

A opção de Scott em ajudar o espectador a lembrar do original a todo instante vai muito além da sequência de abertura, que o resume numa bonita animação. Nomes, pessoas, frases e objetos retornam e, com eles, um novo, carismático e numeroso elenco, incluindo Paul Mescal, Pedro Pascal, Denzel Washington, Connie Nielsen e Joseph Quinn, entre outros. Tudo para contar a história de Hanno (Mescal), o herói que sabemos desde o início tratar-se do filho de Maximus Decimus (Russell Crowe) com Lucilla (Nielsen), mandado para longe de Roma em nome de sua segurança.

Comandada por dois jovens imperadores sifilíticos, Roma está em franca decadência e um de seus últimos atos de “glória” é justamente a invasão da nação moura onde Hanno vive com sua esposa, a exímia arqueira Arishat. Durante a invasão, liderada pelo general Acacius (Pascal), ela é morta e, como se ainda tivesse poucos motivos para odiar Roma e os romanos, Hanno é capturado, feito escravo e, logo em seguida, gladiador. Como seu pai, ele jura vingança pela esposa morta.

Parece familiar porque é. Seja nas homenagens ao filme clássico ou nas críticas ao imperialismo, sutileza não é o forte deste filme, mas nem isso chega a configurar um problema tão grande, porque Scott, quando se vê inspirado, sabe dar às pessoas o que elas querem. Mesmo que esteja sofrendo pra recuperar na bilheteria seu custo absurdo, ele teve repercussão geralmente positiva entre crítica e público. Já perto de chegar ao streaming, deve se transformar num favorito deste início de ano para aqueles que, como eu, estavam desconfiados demais para arriscar uma ida ao cinema (lazer caro!). Que não tenha se tornado um fenômeno pop como seu antecessor é sinal de que talvez estivéssemos melhor sem ele, mas a mera existência de Gladiador II não chega a ser um incômodo. Podia ter sido muito pior.